Dia Litúrgico: Segunda-feira (A e B) da 5ª semana da Quaresma (A Anunciação do Senhor)

Maria, então, perguntou ao anjo: «Como acontecerá isso, se eu não conheço homem?» O anjo respondeu: «O Espírito Santo descerá sobre ti, e o poder do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra. Por isso, aquele que vai nascer será chamado santo, Filho de Deus. Também Isabel, tua parenta, concebeu um filho na sua velhice. Este já é o sexto mês daquela que era chamada estéril, pois para Deus nada é impossível». Maria disse: “Eis aqui a serva do Senhor! Faça-se em mim segundo a tua palavra”. E o anjo retirou-se.
Comentário: Rev. D. Josep VALL i Mundó (Barcelona, Espanha)
«Não tenhas medo, Maria! Encontraste graça junto a Deus»
Hoje, celebramos a festa da Anunciação do Senhor. Com o anúncio do anjo Gabriel e a aceitação de Maria da vontade divina expressa de encarnar nas suas entranhas, Deus assume a natureza humana – «assumiu em tudo a nossa condição humana, exceto no pecado» – para nos elevar à condição de filhos de Deus e fazer-nos assim participantes da Sua natureza divina. O mistério da fé é tão grande que Maria, perante este anúncio, fica como que assustada. Gabriel diz-lhe: «Não tenhas medo, Maria!» (Lc 1,30): o Todo-Poderoso olhou-te com predileção, escolheu-te para Mãe do Salvador do mundo. As iniciativas divinas destroem os débeis argumentos humanos.
«Não tenhas medo!», palavras que lemos freqüentemente no Evangelho; o próprio Senhor as terá de repetir aos Apóstolos quando estes sintam de perto a força sobrenatural e também o medo ou susto perante as obras prodigiosas de Deus. Podemos perguntar-nos qual a razão deste medo. Será um medo mau, um temor irracional? Não!; é um temor lógico naqueles que se vêem pequenos e pobres face a Deus, que sentem distintamente a sua fraqueza, a debilidade perante a grandeza divina e experimentam a sua penúria frente à riqueza do Onipotente. O Papa S. Leão pergunta: «Quem não verá em Cristo a sua própria debilidade?». Maria, a humilde jovem da aldeia, acha-se tão pouca coisa…, mas em Cristo sente-se forte e o medo desaparece!
Então compreendemos bem que Cristo «tenha escolhido o que para o mundo é fraqueza, para envergonhar o que é forte (1Cor 1,26). O Senhor olha-a, vendo a pequenez da sua escrava e realizando nela a maior maravilha da história: a Encarnação do Verbo Eterno como Cabeça de uma Humanidade renovada. Que bem se aplicam a Maria aquelas palavras que Bernanos disse à protagonista de “La alegria”: «Reconfortava-a e consolava-a maravilhosamente um sentido raro da sua própria fraqueza, porque era como se fosse o sinal inefável da presença de Deus nela; o próprio Deus resplandecia no seu coração».
«Não tenhas medo!», palavras que lemos freqüentemente no Evangelho; o próprio Senhor as terá de repetir aos Apóstolos quando estes sintam de perto a força sobrenatural e também o medo ou susto perante as obras prodigiosas de Deus. Podemos perguntar-nos qual a razão deste medo. Será um medo mau, um temor irracional? Não!; é um temor lógico naqueles que se vêem pequenos e pobres face a Deus, que sentem distintamente a sua fraqueza, a debilidade perante a grandeza divina e experimentam a sua penúria frente à riqueza do Onipotente. O Papa S. Leão pergunta: «Quem não verá em Cristo a sua própria debilidade?». Maria, a humilde jovem da aldeia, acha-se tão pouca coisa…, mas em Cristo sente-se forte e o medo desaparece!
Então compreendemos bem que Cristo «tenha escolhido o que para o mundo é fraqueza, para envergonhar o que é forte (1Cor 1,26). O Senhor olha-a, vendo a pequenez da sua escrava e realizando nela a maior maravilha da história: a Encarnação do Verbo Eterno como Cabeça de uma Humanidade renovada. Que bem se aplicam a Maria aquelas palavras que Bernanos disse à protagonista de “La alegria”: «Reconfortava-a e consolava-a maravilhosamente um sentido raro da sua própria fraqueza, porque era como se fosse o sinal inefável da presença de Deus nela; o próprio Deus resplandecia no seu coração».
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